Like a Star


- Você, por um acaso, sabe que dia é hoje? - ela perguntou do outro lado da linha assim que a amiga atendeu.
- Claro que eu sei, dãl - Bárbara riu. - Como eu poderia esquecer, Alice?
- Sei lá, às vezes eu esqueço - Alice se desculpou.
- Isso é porque você tem aversão à essa data maravilhosa.
- É, pode ser - ela pensou por um momento. - Feliz aniversário.



- Obrigada. Isso significa muito de você.
- Para com isso, Bá - ela a chamou como a muito tempo não chamava. - Advinha o que eu vou te desejar!
- Fé, dãl! - Bárbara gargalhou. - Você me deseja isso todos os anos, amiga.
- Então preciso mudar o que desejar.
- Não - Bárbara falou quase com uma súplica. - Eu gosto que você deseje isso, todos os anos. Seja no meu aniversário ou no Natal. É como se... Você deposita uma fé em mim que não conheço mais ninguém que faça igual. E eu sou eternamente grata a isso, você não faz ideia.
- Bárbara, eu estou te desejando a fé, e não depositando a minha em você.
- As duas coisas ao mesmo tempo, porque você, talvez, seja a única que sabe que tipo de fé é essa e sempre a deseja da maneira correta, como deve ser.
- Um dia foi você que disse isso - Alice tentou lembrar, mas tinha acontecido há tanto tempo. - Você disse que o mundo todo precisava de fé. Eu só... Você disse o que eu pensava, exatamente. Passei a te desejar essa fé desde então.
- Obrigada, ela muda minha vida todo ano, mesmo que pouca coisa.
- De grão em grão a galinha enche o papo, já ouviu isso? - as duas riram. - Não vou perdurar mais no telefone porque tenho mais pessoas para desejar feliz aniversário hoje.
- Vai desejar fé também? - Bárbara perguntou, um pouco enciumada.
- Não, você é a única privilegiada.
- Obrigada novamente.
- Disponha - Alice riu de leve. - Parabéns, muitas felicidades e muita fé. O restante deixa que as outras pessoas te desejam.
- Okay, mas e o meu presente?
- Lembra quando você fez vinte e poucos...
- Isso faz quase uma década, Alice! - Bárbara a interrompeu. - Minha memória não é tão boa assim.
- Nem a minha - elas riram outra vez. - Você sabe que eu gosto de te dar coisas significativas. Tanto para você quanto para mim. Acho que até o fim do mês chega, você sabe como os Correios podem ser.
- Eu vou esperar, então. Mas manda mesmo, você é muito enrolada!
- Se eu não fosse, não seria eu. Ah, hoje eu escutei uma música muito velha no iPod e lembrei de você. My Wish, sabe qual é?
- Claro que eu sei! Eu que te mandei de aniversário uma vez.
- Escute ela hoje e lembre de mim.
- Pode deixar, farei isso.
- Ta, chega de papo. Feliz aniversário de novo - Bárbara sorriu. - Beijos e tchau.
- Tchau, Alice.

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