Sobre palavras não ditas.


- Bueno? - ela atendeu rindo: ele ligara dessa vez, não ela.
- Eu sempre acho engraçado você atender o telefone assim.
- Não sei por que não se acostumou - ela ainda ria. - Tudo bom?
- Sim, e com você? Acredito que tudo ótimo.
- Sim - ela gargalhou. - Maravilhoso!

Just one wish.


Ela estava deitada na cama, dormindo serenamente. Gustavo a observava sempre que podia, apenas nesses momentos ela parecia com a Letícia que conheceu há tantos anos. Com a gravidez, os hormônios dela estavam cada dia piores e ele não tinha um momento de paz. Sua calma rotineira havia ido embora e dado lugar à agitação. Ele ainda tentava se acostumar com aquela nova pessoa de humor inconstante.
Não demorou muito para que Letícia acordasse. Agora, já nas suas vinte semanas, ela se sentia desconfortável o tempo todo. Não tivera enjoos, mas em compensação a azia, o mal estar, os gases, já a acompanhavam há algumas semanas. Ela não conseguia dormir muito tempo sem sentir dor na barriga, e não era nada relacionado ao bebê.
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