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Ela olhou em volta e deu um sorriso enorme. Estava completamente fascinada, essa era a verdade. Finalmente, depois de tanto tempo, fizera exatamente o que queria, apesar de achar que era pouco tempo. Ela sorriu e continuou andando. Escolher uma cidade específica em cada estado dos Estados Unidos não era fácil, principalmente se tratando da Califórnia e da Flórida. Mas ela escolhera a dedo cada uma e não se arrependia; algum dia voltava para visitar as cidades que queria mas não pudera.
Nesse exato instante ela estava no Texas, em Grand Prairi, sendo mais exata. Ela não sabia nada daquele lugar, ela apenas tinha uma vontade enorme de conhecer o Texas, saber se era como sempre imaginara em seus pensamentos. Talvez não tivesse nada a ver, ela riu. E também talvez tivesse passado muito tempo desde que imaginara para quando realmente conhecera. Mas enfim, a cidade escolhida tinha um significado, mesmo que esse estivesse longe, em seu passado.

Ela foi andando em direção ao motel em que estava hospedada. Dessa vez não quisera um hotel mais sofisticado, apenas uma cama com um bom banheiro já servia. Então não se importou de ficar quase ao fim da cidade, em um lugar que parecia estar caindo aos pedaços, mas que por dentro era bem aconchegante. Foi então que ela viu um cachorro,tentando andar, mais cansado do que ela já sentira em toda a sua vida, ofegante e com dificuldades em continuar.
- Oi cachorrinho – ela agachou e acariciou atrás das orelhas dele. – Você está com sede? – ela falava em sua língua de origem. – Você consegue andar mais um pouco? Se me acompanhar eu posso te oferecer ajuda – o cachorro apenas deitou, cansado. Ela bem que queria carregá-lo, mas ele era grande demais. – Vamos lá, cara, levanta daí!
- Baylor! – ela olhou para trás e demorou um pouco a reconhecer quem gritara. – Finalmente eu te achei, cachorro! – a mulher estava ofegante e fez um coque nos cabelos para agachar próximo ao cachorro. – Quem mandou você fugir, hã? Me desculpe – ambas as mulheres se encararam – ele te incomodou? Estou há mais de uma hora o procurando, e olha que a cidade nem é tão grande assim!
- Tudo bem, Sarah, talvez eu o tenha incomodado.
- Você me conhece? – Sarah arregalou os olhos um pouco.
- Como se você não fosse famosa. Alice, by the way.
- Quando eu estou aqui, esqueço disso – Alice sorriu, compreendendo. – Você não é daqui, é?
- Não, estou apenas de visita.
- Okay – Sarah tirou o celular do bolso e digitou uma mensagem. – Bom, espero que aproveite, aqui é bem legal.
- É, acho que a viagem já valeu – Alice sorriu, outra vez, mais feliz dessa.
- Ahn?
- É só que eu era sua fã quando mais nova. Talvez seja até hoje – ela deu de ombros.
- Bom, então vamos tirar uma foto para registrar, você conheceu um ídolo, yey!
- Sério?
- Por que não? – Alice se aproximou mais e bateu uma foto rápida com o celular. – Hora de levar esse mocinho pra casa – ela levantou, com o cachorro no colo, com uma dificuldade gigante. – Minha carona está chegando – Alice se levantou também e viu um carro se aproximando.
- Obrigada – ela sorriu. – Acho que você é exatamente tudo o que eu imaginei.
- E que tudo seria isso?
- Exatamente o que você é – Alice deu de ombros. – E agora isso já está parecendo um sonho e eu estou velha demais pra isso – ela praticamente gargalhou, quando o carro parou e Sarah colocou o cachorro dentro.
- Nunca se é velha para sonha – Sarah deu de ombros dessa vez. – Foi um prazer, Alice – ela lhe deu um abraço rápido, entrou no carro e de repente ele já estava longe.
Se a cada cidade que fosse tivesse uma surpresa assim, valeria a pena visitar o país inteiro em tão pouco tempo sem poder realmente aproveitar cada lugar.

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